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Posted: 6 Aug, 2024 @ 7:30am
Updated: 6 Aug, 2024 @ 7:50am

"Essa é a Rádio Oregon livre, a verdade vai te libertar!"

TL;DR
É "bom" ou "muito bom" em quase tudo, só não é especial ou disruptivo em nada. Não veio para revolucionar a indústria, mas cumpriu muito bem pelo que veio.

Days Gone é um jogaço MEGA subestimado da Sony que vem dessa leva de jogos do PS4 que eles tem lançado na Steam nos últimos anos. Nesse review você vai entender o porquê esse game é injustiçado e talvez eu consiga te convencer que vale a pena gastar o seu tempo e dinheiro (50 Reais na promoção, barateza) nele.

Ele pode não ser o melhor jogo do Sonysmo atual. Pode não ser tão graficamente perfeito como um God of War. Pode não ter uma história tão envolvente como The Last of Us. Mas, levando em consideração as dificuldades técnicas que um jogo de mundo aberto demanda e observando o que Days Gone entrega em termos de história, qualidade gráfica, riqueza de mundo e diversão, ele com certeza está entre meus jogos preferidos da Sony dos últimos anos. Ele certamente é um jogo muito melhor executado do que Horizon Zero Dawn, Death Stranding e Uncharted 4 por exemplo, e ficaria acima desses jogos se fosse para fazer um ranking da Sony. Ele é "bom" ou "muito bom" em quase tudo, só não é especial ou disruptivo em nada. Não veio para revolucionar a indústria, mas cumpriu muito bem pelo que veio.

Porém, no seu lançamento no PS4, o jogo recebeu notas variando entre o 6 e o 7 da crítica "especializada" de portais como Metacritic, IGN, etc, que consideraram o jogo machista demais (protagonista homem branco hétero a galera pira), vazio demais, repetitivo demais, sem representatividade e blá blá blá. Todo mundo sabe qual é o tipo dessa turminha e as preocupações militantes que eles tem na hora de avaliar a obra, onde deixam de lado os aspectos de diversão e imersão da história, desvalorizando as qualidades reais que o jogo tem só por não seguir agenda wokista. A Sony é uma empresa que espera nota 9 quando investe orgaçamento na casa das dezenas/centenas de milhões em um jogo, porém, infelizmente no caso do Days Gone ela caiu na armadilha das notas baixas da crítica, que é oposta a nota de recepção do público ( mais de 90% positivo na Steam e 8,5 do público no Metacritic), e acabou deixando de lado o jogo que poderia se tornar uma excelente franquia, ao ponto de nem incluir mais o personagem nas suas campanhas de marketing.

Em relação ao jogo em si, Deacon é um baita de um protagonista, não tem como não se encantar com a sua história de superação, sacrifícios e surpresas durante o jogo. Quem não colocar ele como um dos protagonistas mais casca grossa dos jogos do gênero é porque já está morto por dentro ou infectado ideologicamente demais. Os personagens secundários na sua maioria cumprem bem o seu papel, nos fazendo torcer por uns, ter raiva de outros, justificar a ação de outros, etc.
A campanha tem cerca de 35 horas acompanhando todas as cenas e fazendo alguma atividade opcional aqui ou ali. A história principal do jogo é bem diferente, são seguindo apenas uma linha de quests única. Existem várias histórias principais dentro do jogo, cada uma com seu progresso independente, ao fazer uma quest principal (ícone amarelo dentro do jogo) você pode avançar porcentagem dentro de uma ou mais dessas histórias principais ao mesmo tempo. Existem pouquíssimas quests secundárias não obrigatórias (ícone branco dentro do jogo), então nessas aproximadas 35 horas de campanha você vai estar sempre fazendo quest principal o tempo todo.

O jogo vai ter suas repetições de mundo aberto como todo jogo do gênero tem, mas aqui a grande maioria dessas atividades vai recompensar o jogador bem, sempre liberando coisas novas para se fazer, novas habilidades ou equipamentos, não sendo só coisas estéticas ou informações de lore como em muito jogo mundo aberto mal feito que tem por aí.

Normalmente em jogos survival mundo aberto de zumbi sempre existe algum tipo de mecânica de sobrevivência envolvendo ter que alimentar, matar a sede ou controlar doenças do personagem. Aqui isso não existe, mas existe um sistema de você precisar cuidar de sua moto, gerenciando o combustível e a manutenção mecânica dela, nada muito complexo, além de ser possível fazer upgrades e personalizar esteticamente ela. Eu nunca dei bola para motos e antes de jogar achava irrelevante essa temática de moto club que o jogo tem, mas ficar sem a moto no jogo causa problemas impossibilitando fazer fast travels e obrigando o jogador a percorrer distâncias muito longas a pé. Isso faz com que, conforme o tempo passa no jogo, você acabe adquirindo uma afeição com a moto entendendo a importância dela no contexto da história.

Uma das inovações técnicas que o jogo trás como diferencial são as hordas gigantes de zumbis, que vem para cima do jogador as centenas ao mesmo tempo. Confesso que antes de jogar só me parecia um jogo genérico de ficar matando zumbis aos montes, mas jogando eu percebi que isso não é uma coisa simples de lidar no jogo e que não temos recursos para lidar com ela desde o começo. Toda vez que chamava atenção de uma horda no começo do jogo sempre era simplesmente estraçalhado em pedaços por ela, sempre precisando fugir ou passar despercebido por não ter meios para lidar com ela. Só fui me sentir confiante e upado o suficiente para conseguir lidar com uma horda com pelo menos umas 25 horas de jogo.

Espero que toda essa palestra tenha ajudado a tirar a imagem de jogo flopado e genérico que ele tem para quem teve paciência de ler até aqui. Forte abraço a todos e muito obrigado.
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2 Comments
Aomine 18 Aug, 2024 @ 2:53pm 
Análise cirurgia porém, vacilou no momento de comparação entre os jogos da Sony.
Cada um trás uma proposta diferente, vindo de estúdios completamente distintos em questão de portfólio ou experiência de mercado.

Days Gone trás sim diversas coisas bacanas em relação a um mundo aberto, curti muito a ideia de prestar atenção tanto nos zumbis quanto aos outros sobreviventes armando contra você.

O jogo não encaixa completamente algumas coisas, ele é repetitivo sim! E qual o problema nisso? A Historia é bem previsível, os personagens e a narrativa são de certa forma bem circulares.

Isso não desqualifica Days gone vindo como um grande jogo da Sony, não está entre os melhores mas não chega a ser um top 3, isso não significa que é um jogo ruim.

Comparar o mundo/Historia e uma protagonista como a Aloy ao vagabundo Deacon, não tem condições.
LoboMauro 8 Aug, 2024 @ 9:29am 
True, eu adorei quando joguei, um dos poucos jogos que faz motocicleta direito. E as relações dele com os personagens é muito bem feita. Uma pena que vendeu pouco na época.