Kirad
Brazil
 
 
У вогні перетворюється залізо в сталь,у боротьбі перетворюється народ в націю. -Євген Коновалець.





Como é que alguém consegue comer sorvete de flocos? Honestamente, eu não consigo entender.

O indivíduo tem à disposição uma sinfonia de sabores. Pode escolher a nobre baunilha, o confiável chocolate, o eterno morango. Todos legítimos, todos respeitáveis, cada um com sua própria dignidade culinária.

Mas não.

O sujeito escolhe Flocos. O sabor que, por alguma aberração, conseguiu ser embutido no conceito de sobremesa.

Vamos ser honestos aqui: flocos tem gosto de nada. Não, na verdade, pior que nada. É uma tentativa fracassada de ser algo. É branco, mas não é creme. Não é doce. É adstringente, como se o sorvete estivesse te mandando tomar no cu enquanto você tenta gostar dele. E aqueles míseros pedacinhos de chocolate? Uma tentativa barata de parecer sofisticado.

Puta que pariu, isso é sorvete de pobre.

Quando eu imagino o tipo de gente que escolhe essa abominação, um retrato patético surge diante de mim. Vejo uma família despedaçada, habitada por gordos ruidosos, sem trocar uma palavra decente entre si, atolados em ressentimento e trivialidades.
Todo primeiro domingo, eles se reúnem para um grotesco simulacro de confraternização. Se fala do tempo, da mais recente tragédia que um deles viu no "Jornal Nacional", ou qualquer outro assunto fútil, mas nada concreto. Afinal, não se pode ter conversar desconfortáveis na "reunião" de "família".
Estão todos no sofá, assistindo ao Faustão ou, quem sabe, à Record. O fundo do poço da programação televisiva.

E claro, o futebol. A religião da mediocridade, que arranca urros primitivos de aprovação ou gemidos lastimosos de agonia.

Enquanto esse espetáculo de decadência humana se desenrola na sala de estar, ele espera. No canto mais deprimente da cozinha, ele está lá. Esperando.

Sim, ele. O sorvete de flocos.

Eu posso ver claramente. Trancafiado em um pote de dois litros, ele foi comprado pelo mais gordo e cretino da família.
Adquirido às pressas em uma padaria que mal merece esse nome, daquelas que cheiram a óleo velho e frango frio, o pobre coitado foi jogado no congelador, onde sofreu sua primeira desgraça: a visita clandestina de um familiar egoísta e faminto, na calada da madrugada. Quando chegou ao evento, já estava violado, desfigurado.

Mas isso não os detém.

Na hora do ritual, o sorvete de flocos é trazido à mesa como um troféu miserável. Com sofreguidão, ele é brutalizado por colheradas impiedosas. Para completar o espetáculo de degradação, há quem pulverize farelos de bolacha em cima, um toque que é ao mesmo tempo um ato de desespero e uma celebração da pobreza.

E ali, nos confins do Abismo, Lúcifer sorri. Ele admira a cena como um diretor diante de sua obra-prima. Uma celebração grotesca da gula e da ignorância.

Naquele instante de satisfação pessoal, esteve seguro de ser superior ao próprio Deus.

Eu odeio sorvete de flocos.

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Kiradinho o cheirosinho tenha um mesinho felizinho! :guardian:
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maybe obv