O meu primeiro contato com os jogos da From, foi com Sekiro em 2020. Na época, detestei o jogo (Hoje, eu amo) porque eu jogava igual um animal e fora os constantes drops de FPS no console. Por conta dessa experiência, ficava me questionando "Caralho, qual o hype que as pessoas enxergam na FromSoftware e em Soulsborne no geral?" Eu nunca entendia.

Em 2022, tentei dar mais uma chance pra desenvolvedora e dessa vez, foi com Dark Souls 1. Lembro nitidamente da sensação de estar acordado as 04:00 da manhã, abrir o jogo e ficar 1 hora criando meu personagem, apreciando a música calma e melancólica que tocava de fundo. Foi instantâneo, Dark Souls 1 simplesmente me pegou desde o primeiro momento que eu abri o jogo. A sensação de chegar em Firelink pela primeira vez, aquela atmosfera de um marasmo confortável. Era o ponto seguro do jogo, o lugar de chegada dos undeads guiados pela profecia e também, o lugar de retorno para os que desistiam.

É um jogo que tenho marcado em mim o sentimento da primeira experiência. Eu lembro de tudo que senti pela primeira vez jogando: A agonia de querer sair o mais rapido possível de Blighttown. A raiva que eu senti na Tumba dos Gigantes. A luz que senti chegando em Anor Londo. A frustração contra Ornstein e Smough e o alívio após derrota-los depois de HORAS tentando. A dó que eu senti tendo que matar um cachorro que estava apenas protegendo o túmulo do seu antigo dono. A pressa pra derrotar os Quatro Reis. A tristeza ao enfrentar o Gwyn.

Acendi a chama e fui correndo pro segundo jogo.

Eu tenho um carinho muito grande por Dark Souls 2, apesar de todos os seus problemas. Como alguém consegue odiar um jogo que tem Majula? O jogo tem pontos negativos, mas os seus pontos positivos ofuscam essa lado fraco dele. Aldia é um dos melhores personagens da trilogia, por exemplo. Um dos momentos mais memoráveis também esta presente nesse jogo. O jogo inteiro, desde o início, te cria expectativas em relação ao Vendrick. O homem que derrotou os gigantes, construiu um reino e que seria o próximo monarca. Porém, quando você finalmente o encontra, ele é apenas um hollow. O homem mais forte de sua época, sentiu medo ao saber que não importa o que você faça, tudo tem seu inicio, meio e fim. É como ele mesmo diz "As flame rises, so does it fade. Such is the way of things." Essa é minha frase preferida de toda trilogia.

Mas enfim, eu quero finalmente comentar sobre Dark Souls 3. Eu esperei muito tempo pra jogar esse jogo. Desde o ano passado eu ansiei pelo momento de finalmente por as mãos nessa obra.

Assim que eu abri jogo e ouvi a música do menu eu pensei "Esse vai ser o jogo da minha vida." Eu estava com grandes expectativas, não podia ♥♥♥♥♥. Sabe o felling que eu senti jogando Dark Souls 1? Ele estava de volta aqui. Não tão forte quanto, mas era o mesmo sentimento. Um negócio que eu acho bizarro na FromSoftware é a capacidade dela de te fazer sentir coisas, mesmo que as vezes você não entenda o porquê. Esse jogo é surreal de lindo, possui uma direção de arte impecável. Tipo, é impossível tu não ficar de queixo caído ao chegar em Irithyll pela primeira vez. Ou então, ficar parado só observando o eclipse. Com exceção de uns três bosses, o restante é tudo absurdo. É muito gostoso o felling de decorar os padrões de algumas lutas. Na minha opinião, o primeiro jogo é o mais difícil da trilogia, porém tratando-se de coreografia de luta, esse é o melhor disparado. Lembro da euforia de ver o Gael (Melhor boss fight do jogo btw) pulando pra cima de mim igual um maluco, sem parar de atacar, enquanto caía raios na arena, com uma ost maravilhosa tocando de fundo e eu falando sozinho, com um puta sorrisão no rosto "CARALHO QUE BOSS FODAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA"

Esse jogo por si só, é um jogão, mas se você jogou os dois primeiros antes, vai ser uma experiência ainda melhor. Como eu deixei claro ali em cima, eu sou um grande fã do primeiro jogo. O que eu vou falar aqui agora é um grande spoiler sobre o boss final, então fica aí o aviso.

Após colocar todas as cinzas dos lordes em seus tronos, voltamos para a Fornalha da Primeira Chama. Você sobe em direção a fogueira, vê o eclipse de fundo, repara no chão que antes eram apenas cinzas, flores estão nascendo por conta do enfraquecimento da chama e no meio da arena, um guerreiro te espera. Assim que a luta começa, você sente que essa é a batalha que vai definir o destino desse mundo. Um coro forte, uma trilha sonora épica, um desfecho colossal. O seu adversário é a personificação de todos que acenderam a chama primordial antes. A maneira que ele luta contra você, é como se você estive lutando contra um espelho. Afinal, "você" também foi um dos vários que acenderam a chama. Eu não consigo nem achar palavras pra me expressar sobre a primeira fase do Soul of Cinder. Eu sentia uma enorme palpitação no meu peito e não conseguia tirar os olhos do monitor de tão admirado que eu estava.

Quando você consegue tirar vida o suficiente dele, ele entra na segunda fase. Depois de se levantar e apoiar sua espada no chão, o grande espetáculo começa. Um toque de piano. Bastou isso pra me fazer chorar. O mesmo toque de piano que toca na luta contra o Gwyn em Dark Souls. Cara, tematicamente falando isso é lindo. É a epítome da arte. Um dos momentos que mais me marcaram em qualquer mídia de ficção.

Essa trilogia não poderia ter uma conclusão melhor que essa.

O vazio que eu senti após terminar o jogo, foi tão grande quanto o amor que eu sinto por essa trilogia que é tão importante pra mim. Obrigado FromSoftware por me proporcionar uma experiência tão fantástica e única.

A primeira coisa que irei marcar na minha pele, será algo relacionado a Dark Souls.