Esta análise foi postada inicialmente em uma página do Facebook, a Fui jogar Touhou no lunatic, mas esqueci que sou míope, por mim, em agosto deste ano no lançamento na Comiket 92. Como o jogo continua idêntico, não vejo problema dar um copiar e colar no mesmo texto.


Touhou Tenkuushou (Eastern Sky Jade Scepter) ~ Hidden Star in Four Seasons é o 16º título da série principal, lançado nesta Comiket 92 dia 11 de agosto de 2017. Nosso amado ZUN dessa vez decidiu fazer um jogo com mecânicas bem tradicionais de shoot'em up, sem muita inovação na gameplay — eu sei, DDC tentou fazer isso também embora o LoLK, o Touhou 15, tenha voltado atrás com isso e trazido uma história complexa, mas já chego lá, mas desta vez ele foi além. Devido a isso, sistemas como o de coletar vidas extras voltam a ser como nas primeiras fases da franquia, neste caso coletar um número X de pontos. Devo dizer que todo esse sistema ficou muito bem implementado, o jogo está muito bem feito e polido. Embora tenha um pequeno probleminha: Touhou 16 não está tão difícil quanto os seus anteriores. Não vejo lá como um problema, e o jogo ainda assim está bem desafiador, mas pode incomodar alguns.

A história se passa no meio do verão, quando de repente vários locais diferentes de Gensokyo começam a manifestar diferentes estações: o santuário Hakurei com um monte de pétalas de cerejeira, a montanha youkai parecendo que está no outono, a floresta da mágica cheia de neve, e por aí vai, também com relatos das estações mudarem de um dia pro outro em cada local. Reimu, Marisa e Aya percebem isto, e então partem para investigar o incidente. Cirno aparece depois, com seu novo bronzeado por causa do verão, querendo dominar tudo e se mostrar a melhor — como sempre.
Admito que fiquei um pouco decepcionado com o enredo desta vez; LoLK teve uma história tão boa e detalhada que eu achei que seguiriam a mesma linha de complexidade e conexão com outros elementos da lore. Claro, tem a final boss que é uma das fundadoras de Gensokyo e suas ações talvez tenham sido a causa dos acontecimentos de Touhou 14.5, mas mesmo assim foi bem pouco. Talvez tenha uma ligação mais forte com o Touhou 15.5, assim como o LoLK teve uma forte ligação com o ULiL. Mas vamos ter que esperar pra ver.

Como viram na história, as protagonistas desta vez são Reimu, Marisa, Aya e Cirno. Como falei na minha análise prévia da trial lançada em maio deste ano (lá na página), Reimu tem seus homing shots, Marisa tem seus piercing lasers, Aya e seus spread shots, e Cirno com seus shotgun bullets. Cada personagem tem seus tiros principais e bombas (nada de novo pra Reimu e pra Marisa, já Cirno tem uma bomba parecida com a da Yukari no IN e a da Aya tem uma parecida com uma das da Sanae no UFO), mas na tela de seleção de personagem, aparece uma opção para escolher o tiro secundário + habilidade especial, onde essa habilidade especial era carregada com vários níveis disponíveis a partir de itens que dropavam de inimigos, balas apagadas ou puro graze mesmo. Escolhendo o tiro primavera, você ganha homing shots adicionais e a habilidade especial é uma esfera que apaga balas e dá dano cujo tamanho aumenta a cada nível que tu aumenta; escolhendo o tiro verão, você ganha shotgun bullets adicionais e a habilidade especial é uma esfera que faz o mesmo que a anterior, apenas que essa tem um tamanho único e os níveis são unidades de quantas esferas tu pode usar; escolhendo o tiro outono, você ganha spread shots adicionais e a habilidade especial é uma esfera que envolve a sua personagem e permitirá o jogador se movimentar livre pois ela destruirá as balas e acertará inimigos, porém ela tem duração limitada, e ela é estendida com seu nível; escolhendo o tipo inverno, você ganha piercing lasers adicionais e a habilidade especial é uma esfera pequena que age como escudo, e quanto maior o nível, maior duração ela possui.

Na época do trial eu achava que essas mecânicas seriam desse jeito, simples e diretas, e a única coisa que eu teria que fazer é ter habilidade para vencer. No final, foi assim até chegar na última boss, onde eu tive que bolar uma boa estratégia e usar bem a habilidade especial para derrota-la. E de uma forma bem criativa! Gostei muito disso. No modo Extra é melhor ainda, tu recebe um tiro secundário único para ele e a fase inteira é um desafio que só depende do quão bem tu consegue se virar com ele. Deu uma ótima sensação de vitória ao finalizar o modo, pois eu morria, usava bomba e logo depois eu descobria uma forma melhor de passar. Valeu muito a pena. Dark Souls be like kek

Bem, agora é hora de falar das coisas que eu tenho para criticar. Eu posso ter gostado muito de Touhou 16, principalmente por causa da gameplay, mas tenho várias coisas pra citar a respeito dele que me incomodaram. Começando pelas bosses, onde apenas duas são personagens bem criativas e interessantes. Assim como a história, fiquei muito decepcionado com as fases finais, deu demais a sensação de que o ZUN ficou sem nenhum pingo de criatividade ao faze-las. Posso resumir toda essa crítica em um único termo: falta de criatividade. Sendo ela mais presente na reta final do jogo em relação à história, às personagens, às fases, céus... até a música sofreu um tanto! São áreas bonitas e bem feitas, claro, e a trilha sonora ainda tem o charme de Touhou, são muito boas, porém parecem que foram altamente inspiradas em um título ou outro da franquia e apenas inseridas ali. Foi um declínio nestes quesitos se comparado ao LoLK e até a outros jogos anteriores.

Conclusão: Touhou 16 HSiFS é um excelente título, muito divertido e bastante polido, com sistemas simples mas que tiveram um uso muito bem feito, e pra mim o segundo melhor Extra já feito no quesito gameplay, perdendo apenas pro do Touhou 7. Todavia, possui um dos pontos fracos que mais incomodam na franquia, que é a falta de criatividade no jogo em geral, nos spellcards, nas fases, nas personagens, em elementos das músicas, e na história. Diferente do Touhou 15 LoLK, este não é um título para se levar a sério e se dedicar, e sim para tu pegar, jogar e pronto. Talvez eu esteja sendo meio chato criticando esse detalhe pois era exatamente o que ZUN pretendia, como falei nas primeiras frases desta análise, e eu torço para que este tenha sido apenas um experimento e que ele melhore bastante no próximo título. Mas o que fez todos nós amarmos Touhou foi como a franquia tem personagens e elementos artísticos criativos. E espero que com Touhou 15.5, que virá para Steam ano que vem, não decepcione nisso.