Reseñas recientes de Mario Bigode

Jogos não precisam se mostrarem difíceis ou profundos para serem bons. Uma aventura na medida certa é o suficiente e esse jogo cumpre isso de maneira excelente.

As interações entre o mundo 2D (dentro do livro) e o mundo 3D (fora do livro) cumprem as expectativas criadas pelo trailer de anúncio que chamou muita atenção.

Entre minigames que fazem referências diretas a jogos clássicos, a mecânica mais satisfatória é sem dúvida a dos puzzles que contam com o manejo das páginas do livro e troca de palavras em frases que mudam cenários e objetos. O combate é básico e sem muito desafio, bem inspirado em Zelda do SNES.

E que bom que o jogo teve um investimento massivo na localização. Em português, a icônica voz de Mauro Ramos se encaixou perfeitamente, excelente escolha. É um show de interpretação!! A trilha e efeitos sonoros se destacam bem nos momentos das narrações.

O texto é tranquilo, de rápida leitura. Crianças vão conseguir levar tranquilamente. Aliás o jogo conta com um modo "easy" para aqueles que querem apenas curtir a história.

O único ponto que ficou a desejar ao meu ver foi na parte gráfica. Enquanto as artes e animações em 2D são magníficas, lindas, expressivas e dentro do conceito de livro infantil (fazendo com que eu fizesse dezenas de screenshots), o 3D não conseguiu ficar no mesmo tom em todos os momentos. Talvez a intenção de criar um contraste com o livro tenha pesado a mão na parte artística do 3D. Ficou tudo meio escuro e "normal" demais em alguns pontos, mas confesso que estou forçando a barra pra falar alguma coisa de negativo.

Levei cerca de 10h pra finalizar, o que foi mais do que suficiente para o jogo explorar as mecânicas que evoluíram a cada capítulo.

No lançamento está custando quase R$ 100, vale a pena? Parece caro para um jogo "indie" (está mais para "Triple I") e é claro que quanto mais barato, melhor para nós aqui no Brasil. Mas acho que o preço está bem adequando com o mercado.

Rodou tranquilo aqui: i5 970


O sentimento final foi de uma aventura leve e gostosa de jogar, como se fosse um jogo menor feito com a qualidade Nintendo, que explora as mecânicas de gameplay das melhores formas. Não é um jogo "infantil" de uma forma simples, ele é video game PURO como os grandes clássicos eram. E conta com um molho especial da localização.

Jogo do mamaco o quê, isso aqui é goty, tá? hahahaha

Infelizmente o update pré-lançamento deletou meu save, portanto minha análise é provisória e baseada nas primeiras 2 horas de jogo (pelo que vi por aí a campanha tem uma estimativa de umas 10 horas).

Dito isso, pelo que joguei, curti muito o ritmo do game. Ele parece que vai te apresentar um metroidvania estruturalmente, mas na real te aponta a direção, possuindo backtracking bem básico. O jogo está mais para um plataforma de ação do que qualquer outra coisa.

O combate apresenta duas instâncias que mudam sua estratégia pra lidar com inimigos e não é nada punitivo. O jogo é bem generoso nos "checkpoints invisíveis".

A história tem um premissa emocionante, abordando a dificuldade do protagonista em se desconectar de quem já se foi.

Além do inglês, o jogo está dublado em Suaíli, uma língua banta que deixa tudo mais imersivo (recomendo).

Peguei esse jogo há muito tempo, porém fui tentar jogá-lo agora, apenas em 2024.
O jogo simplesmente não consegue chegar à tela de título, fecha.

Quando esse jogo foi lançado (2013) acompanhei criadores de conteúdo como Jovem Nerd fazendo vídeos de gameplay. Parecia um jogo divertido. Certo dia adquiri e acabou ficando no backlog.

Se eu tivesse jogado na época, talvez a minha análise fosse mais positiva, mas 10 anos depois estou eu aqui, não recomendando "Papers, Please".

Depois que você vai estudar história fora da bolha liberal fica difícil aceitar o que Lucas Pope traz aqui, um anticomunismo dos mais rasos possíveis. Tudo baseado em esterótipos frutos propaganda estadunidense. Parece que estamos nos anos 70/80/90 sendo completamente afogados na ideologia liberal para discutirmos as experiências socialistas através de espantalhos e nada historicamente acurado. E ainda tem todo um lance autoritário (um espantalho clássico) tentando colocar o socialismo equiparado a um regime fascista. É a tentativa de representar uma distopia socialista nos mesmos moldes do livro 1984 de George Orwell, uma obra de ficção que é constantemente referenciada por liberais como um exemplo de representação do socialismo, sim uma FICÇÃO.

Entretanto, se ignorarmos esse buraco histórico e focarmos na maneira que o jogo representa os espantalhos a cerca do socialismo, ele é incrivelmente competente:

- Se é pra representar a falta de liberdade de você escolher um trabalho, ele vai lá e já te mostra que você foi "sorteado" para tal emprego.

- Burocracia estatal? O jogo te coloca uma monte de papelada na mesa e você tem que ser ágil pra verificar cada documento exigido pelo governo. O que acaba sendo contraditório... Quer dizer que o "Estado malvadão do socialismo" te pagaria melhor por sua produtividade? Mas não é essa uma das vantagens do capitalismo?

- No socialismo se passa fome? Então você vai ter que se corromper pra obter certo alívio no orçamento familiar.

Apesar de completamente imprecisos e falaciosos sob a perspectiva do debate histórico, esses e outros pontos são bem implementados através de mecânicas, desafio de gerenciamento, texto, etc.

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Confesso que nunca me senti tão dividido para recomendar ou não um jogo.
Mecanicamente ele é interessante, mas se você tem o mínimo de curiosidade sobre o debate na historiografia, fora da propaganda ideológica liberal, não tem como o jogo te agradar na sua temática e texto.

Dito isso, minha posição é de não recomendação.

Preço cheio hoje, é R$ 16,99. Tem histórico de menor preço de R$ 3,99 (2018).

EU QUERIA ESTAR MAIS SATISFEITO...

O jogo é basicamente um "puzzle de 3 estrelas". Concluí 4 mundos até o momento e sempre tento ao máximo pegar a pontuação máxima (3 estrelas) em todas as fases (100% até aqui).

Para concluir a fase você deve atingir a pontuação, que é contabilizada pelo número de passageiros entregues nas estações corretas, no menor tempo possível. Pra isso, você pode alterar o trajeto dos trens mudando a direção em bifurcações férreas, além de frear (parar) e retomar a velocidade dos trens para evitar que colidam uns com os outros.

Os puzzles são bem elaborados e tornam-se desafiadores de forma criativa. Conseguem transmitir o conceito de gerenciamento do tráfego de linhas férreas de forma sintética. Como exemplo, cito a última fase da área Tropical: Pra conseguir as 3 estrelas você NÃO PODE focar em ser rápido, você deve ser o mais "eficiente" na relação "viagem x lotação", ou seja, os trens devem fazer as viagens com a maior quantidade de passageiros possível*. Na verdade esse conceito está por todas as fases, mas se você não tinha entendido até aqui, esse é o momento.

A cada nova fase o jogo traz aquele choque inicial, parecendo impossível encontrar a solução por parecer complexa. Mas, como um ótimo jogo de regras bem explícitas e objetivas (o que é super positivo), com alguma dedicação mínima, você "decifra" o funcionamento das linhas daquele puzzle. Enquanto isso, também é preciso ter atenção e agilidade necessária para colocar seu plano em prática. E é aqui que as cosias começam a me decepcionar.

Para modificar os trajetos e frear/acelerar os trens é necessário clicar sobre os trens e bifurcações apenas com o botão esquerdo do mouse. O problema é que a área de clique para acionar tais funções é muito grande e criam problemas de precisão ao se sobreporem. Nos puzzles mais difíceis até aqui, que exigem precisão e rapidez, cheguei a repetir dezenas de vezes por que falhei única e exclusivamente por conta desse problema de sobreposição.

A solução seria simples: Designar outro botão, como o botão direito, para modificação de trajetos, deixando o botão esquerdo apenas para frear e acelerar os trens.

Como falei, ainda estou jogando e gostando. Recomento para quem curte jogos com várias fases com puzzles curtos, com aquele objetivo clássico de conseguir 3 estrelas. O jogo parece ter bastante conteúdo desbloqueável como modelos de trens de vários países.

Há também um criador de mapa/puzzle que ainda não utilizei.

*Lembrando que essa relação "viagem x lotação" está ligada à uma ideia de lucro no serviço de transporte público, o que é questionável. Até mesmo outros jogos, como o Cities in Motion 2, apontam para uma certo "prejuízo" quando os veículos andam sempre lotados, acarretando em mais quebras de veículos.

Depois do sucesso de Vampire Suvivors muitos jogos com proposta parecida (que pelo que sei são chamados de "bullet-heaven") estão surgindo. Tenho testado muitas demos desses mas nada tão bom quanto Soulstone Survivors até agora.Não tem o mesmo charme estético e aquela sensação de mundo misterioso tão marcante em Vampire, mas mecanicamente consegue trazer algumas diferenças boas pra esse "subgênero" de rogue-lites.O combate tem bastante foco na aplicação de efeitos negativos nos inimigos, o que não impede de criar uma build apenas em dano direto. Conta com vários personagens que trazem modificadores de status iniciais e armas próprias, podendo craftar até +2 armas para cada um deles.O material usado para craft são coletados nas fases e quando mais modificadores de dificuldade você ativa, mais materiais raros você pode encontrar. Os materiais também para melhorias.E o que não falta é conteúdo desbloqueável, são mais de 200 conquistas.Ainda não gosto muito dos efeitos visuais das habilidades. Quando aumentamos a área de ataque fica difícil de saber o que está nos rodeando pois os efeitos cobrem os inimigos e os indicadores de ataque. Acho que valeria uma revisão sobre esse ponto.Edit: A Game Smithing me respondeu em comentário feito no vídeo deles no Youtube. Me indicaram diminuir a opacidade dos efeitos mas admitiram que não é a solução ideal, o que pode indicar que estejam pensando em melhorar isso.Li uma ou outra análise negativa com relação à progressão, como se ela estivesse desbalanceada. Eu estou com quase 20 horas jogadas na data de 23/03/2023 e até agora não senti muito isso a não ser pelos cristaizinhos básicos que, no momento, acredito que ficará acumulando de forma inútil mesmo.Não é um jogo de explodir a cabeça, mas vale aquela jogadinha sem compromisso, só pelo prazer de ativar a dopamina hehehe

O cartão de visita de Blasphemous sem dúvida é a qualidade das animações em pixel art. Um trabalho artístico primoroso e destaco aqui as animações de execução dos inimigos que você ativa encaixar um golpe forte no momento certo (pelo menos foi a maneira que eu fiz). Quase todos os inimigos podem ser executados e cada um deles tem uma animação dedicada que leva alguns segundos para ser completada e te recompensar com mais Lágrimas ("moeda" do jogo).

Apesar de mecanicamente ter uma óbvia inspiração em Dark Souls tanto no combate cauteloso e checkpoints que recuperam vida e respawnam inimigos, o jogo tem um foco na ação em plataforma. Sim, ele deixa de lado a variedade que elementos de RPG poderiam trazer, com armas ou builds diferentes.

Se eu fosse simplificar o gênero, ele é um metroidvania com foco em ação linear.

A exploração dos mapas te trás uma evolução cumulativas de habilidades. Onde você consegue variar é no uso de alguns perks e o tipo de especial que pretende utilizar.

Metroidvanias geralmente não me prendem tanto por exigirem bastante atenção no mapa pra fazer um backtracking mais eficiente o que me obriga a jogar esse tipo de jogo de uma vez, começou e vai até o final. Se deixo pra depois acabo me complicando demais e largo.

E deve ser por isso que acabei conseguindo terminar gostando do jogo. Durante minha campanha fiquei poucas vezes perdido, logo achava um foco pra seguir, sempre em frente, uma progressão bem linear.

Terminei com 16h fazendo 80% do mapa descoberto e ~75% do jogo concluído. Não sei quantos finais ele têm, só sei que meu final DEU RUIM. hahahaha

Eu curti, mas se você tá esperando um Souls Like, elementos de RPG mesmo... Pode ser que não te agrade.

Algumas pessoas reclamam de crash, não conseguem ao menos jogar.
No meu caso eu consegui rodar, mas o jogo é EXTREMAMENTE MAL OTIMIZADO. É inadmissível um jogo com gráficos simples desse não rodar com facilidade acima dos 60fps. (i7 4790 16gb gtx770)

Pedi reembolso, vou comprar quando estiver tudo bem atualizado e numa promoção generosa. É o que aconselho fazer.

Joguei quase 1 hora e gostei muito do que vi. Controles respondem muito bem, trilha sonora empolgante que dá ritmo ao seu jogo. Sei que o jogo é curto em números de levels mas isso é recompensado pela proposta do desafio e as mecânicas de desbloqueio.

E pra quem não sabe, o jogo tem o código aberto, ou seja, se você manja dos paranauê de programação é uma ótima oportunidade. Existe até um tutorial no site do jogo http://www.relichunters.com.br/ ensinado a fazer edições básicas!!

Modifique o jogo e ganhe muito dinheiro huahuahua

Encontrei apenas 2 probleminhas nesse pouco tempo de jogo, uma vez terminei a fase mas uma arma dropou no mesmo local do portal e como o comando para entrar no portal e pegar a arma dropada é o mesmo fiquei um bom tempo tentando entrar no portal. A solução foi meio sem querer, eu segurei o botão antes de me sobrepor ao portal e a arma. O outro foi um crash logo após morrer.

Certamente colocarei um gameplay no meu canal pra divulgar esse belo trabalho brasileiro.
LINK DO CANAL http://www.gncd.com.br

PS: Além dos indiomas Português e Inglês, existe o HUE!!! Um idioma que dá uma zoada até nos nomes dos personagens, brilhante!