Escape from Tarkov é o tipo de jogo que te promete intensidade, realismo e profundidade e entrega tudo isso, quando ele decide funcionar.

Minha experiência com Tarkov na Steam:

> Dia do lançamento, nada de conseguir abrir
> Dia seguinte, consegui entrar no jogo
> Joguei a primeira RUN
> Extrai
> "Hmm isso deve estar massa de jogar"
> Ah, vou um Scav
> Ground Zero ~ esperei por 7 minutos
> Sai da fila, o menu travou
> Vamo lá, interchange, mais 7 minutos de fila
> Fechei o jogo
> "Será que peço reembolso?"
> Abro o jogo mais uma vez
> Erro ao abrir ele e ele fecha
> Reembolso

Não era pra ser assim e infelizmente ela não parece ser exceção.

Eu já era jogador de Tarkov antes de ser lançado, paguei a versão base por 40 euros lá atrás quando estava em promoção. Quando saiu na Steam, eu realmente me empolguei em comprar a versão 'Prepare for Escape', com cofre maior e bônus dos Traders, coisas que antes eram ridiculamente caras

Fiquei correndo de um lado pro outro sem saber o que fazer:

"Vou pro PVE?"
"Continuo na minha conta antiga?"
"Peço Reembolso?"
"Quero dedicar meu tempo a esse jogo?"

E essa indecisão diz muito sobre o estado atual do jogo. Tarkov nunca foi um jogo comum, ele exige mais do que tempo livre, exige dedicação, exige energia emocional e psicológica. E com dor, eu digo: o MEU tempo de Tarkov já passou ~ e talvez do próprio Tarkov.

Ele já foi gigante, já foi imbatível, já foi aquele jogo que deixava todo mundo de boca aberta pelo potencial absurdo que tinha. Hoje, parece apenas uma sobra do que um dia prometeu ser.

Arena Breakout é outra proposta.
Arc Raiders é outra proposta.
Nenhum deles tenta ser Tarkov.
E, ironicamente, Tarkov também deixou de tentar.


É ainda mais frustrante quando você olha para os números da BSG.

Em 2020, Tarkov gerou €91 milhões de receita, no relatório da empresa no Reino Unido, no ano até janeiro de 2025, a receita declarada foi de £54 milhões, com um EBITDA de £2 milhões.

A BSG tinha DINHEIRO E TEMPO o suficiente para transformar Tarkov em algo indescritível mas simplesmente não fizeram.

E o pior: nesse caminho, vieram as polêmicas. A mais famosa? A promessa antiga de que a versão EOD teria todas as futuras DLCs.
Pois é, até o dia em que “todas” virou “nem todas”, e a BSG passou a tratar essa promessa como se fosse um detalhe interpretativo.

Fonte: https://uk.globaldatabase.com/company/battlestate-games-limited


“EFT is not a fun game. It’s not for your pleasure; it’s the pain in the ass, basically.”

Para Nikita, Tarkov não é só um FPS. É um experimento social
A ideia é simples: cada falha, cada morte injusta, cada travamento de HUD ou desync não seriam defeitos, seriam parte da experiência bruta, por isso ele aceita que o jogo seja “imperfeito”, e às vezes até injusto, porque a emoção que isso gera é real

E vou ser sincero:
Eu gosto disso.
De verdade.

Essa brutalidade emocional é o que me prende em Tarkov.
A adrenalina, o silêncio tenso, a sensação constante de que qualquer decisão pode te destruir.
> Sem crosshair brilhando.
> Sem marcador de dano piscando.
> Sem terceira pessoa salvando sua visão periférica.

Aqui, tudo é cru, direto, quase hostil.

O jogo não te guia. Ele te larga no mapa e ri da sua cara porque você nem sabe onde fica sua própria extração.

E é aí que nasce a pergunta que, pra mim, define Tarkov em 2025:

Até que ponto isso é filosofia?
Até que ponto é só a normalização de problemas técnicos disfarçados de visão?


> Ter uma das melhores experiências da sua vida.
> Ter uma das piores também.
> Sentir adrenalina de verdade.
> Sentir raiva gratuita.
> Experimentar MUITOS, MUITOS BUGS.
> Se apaixonar pelo jogo.
> Não se importar com ações da BSG.
> Odiar cada segundo das filas.
> Ver que faz mais academia no jogo que na vida real.
> Aprender na marra.
> Esquecer o que é protetor solar.
> Viver momentos épicos.
> Viver travamentos épicos também.

➨ Agora, posso dizer que escapei de Tarkov