Reseñas recientes de SCHARDONG

Acredito ser deselegante comparar um jogo a outro, mas neste caso não tem outra solução. Esse jogo é uma cópia de Devour. Quem já está acostumado a ele com certeza não terá dificuldades aqui. Os objetivos são idênticos: procurar itens enfeitiçados e queimá-los para derrotar a entidade que nos persegue durante o jogo inteiro. No momento temos apenas um mapa disponível: uma mansão gigantesca e extremamente escura; temos também alguns bugs que podem sim afetar negativamente a experiência do jogador, podendo até mesmo literalmente acabar com a partida, mas como o jogo se encontra em acesso antecipado temos a certeza de que melhorias e novos mapas virão futuramente. Jogo muito divertido, vale a pena!

Mirror Forge se apresenta como um jogo criado (e inspirado) com base nos universos de Silent Hill e Stranger Things. Estamos falando de um jogo ambientado em uma atmosfera densa, cujo protagonista se vê em uma dimensão repleta de monstros e situações um tanto desagradáveis, onde as coisas que acontecem simplesmente não fazem sentido mas é justamente isso que torna o game intrigante e nos incita - ou pelo menos tenta incitar - a seguir a jornada em busca de respostas.
Levando em consideração a pequena equipe que desenvolveu este título, temos aqui um jogo bem elaborado, sem dúvidas, mas com ressalvas. Sabe aqueles jogos de "terror" vendidos a menos de R$10,00 por aqui? Pois é, Mirror Forge passa a sensação de ser uma versão estendida e melhorada desses jogos. Ele está muito mais próximo de títulos assim do que títulos como Outlast, por exemplo, mas isso não é um ponto que desqualifique o jogo. Tenho algo um pouco mais relevante para destacar: o desenrolar do game.
É possível encontrar uma Demo disponível na loja, e foi justamente ela a responsável pela minha decisão de adquirir o jogo. Temos uma amostra significativa do que viria a ser a versão final, no entanto, a Demo é ambientada em uma das melhores partes da versão completa do jogo. Isso significa que de uma certa maneira, o game não superou minhas expectativas pessoais. Inclusive, na minha opinião, o jogo consegue conduzir toda a ideia principal desse universo até certo ponto da história, talvez metade dela ou um pouco mais. A partir disso começamos a ver cenários muito mal feitos, alguns eu até diria que foram feitos apenas para "encher linguiça", o que me decepcionou de certa forma.
Em suma, eu posso afirmar que o jogo é sim muito bom, possui uma atmosfera pesada, jumpscares, ambientes escuros, inimigos diferentes e possui inclusive um mecanismo de defesa. No entanto como vários títulos no mercado, ele possui altos e baixos durante a gameplay, o que não o torna um jogo ruim ou mal feito, mas não possui uma linearidade e constância na sensação de medo e angústia que, deveria, passar ao jogador.

Isabela Boscov


The Dark Occult, originalmente lançado como The Conjuring House, é um game extraordinário em (quase) todos os sentidos.

Com a emergente inundação no mercado de videogames de jogos de terror - marcada pela revolução do gênero com o lançamento de Outlast (2013) - é comum encontrarmos uma vasta lista com títulos genéricos, contendo o único intuito de ser mais um simulador de caminhada no escuro com jumpscares previsíveis e muitas vezes bugados. The Dark Occult não é, com grande mérito, integrante desta lista.
Eu diria que esse jogo é uma mescla muito bem bolada entre três grandes títulos do gênero terror de sobrevivência: Resident Evil, Outlast e uma pitadinha de Slenderman. Imagine que o protagonista esteja preso em uma mansão gigantesca com várias portas trancadas, e se vê na obrigação de resolver puzzles se quiser escapar do pesadelo. Agora imagine estar em constante perseguição enquanto tenta desvendar os mistérios do local. Por fim, imagine estar jogando quando de repente um ser sobrenatural aparece na sua frente e a única solução é correr e jamais ficar parado. É um game que nos deixa com os nervos à flor da pele, sem dúvidas.
Não só isso, o jogo conta com um enredo muito perturbador: desaparecimento de pessoas em uma mansão cuja história já é conhecida por ser o local de realização de diversos cultos e rituais satânicos ao longo dos séculos.
Partindo para a parte técnica, o jogo possui gráficos muito bonitos, equiparando-se até a Resident Evil VII.
Não existem (pelo menos em minha gameplay) bugs ou problemas que impossibilitam a gameplay.
Única ressalva possível ao jogo: existem quatro inimigos que nos perseguem em vários momentos, porém dois são quase idênticos, incluindo a movimentação, e diga-se de passagem que tal movimentação parece ter sido baseada em jogos de PS2.
Para quem gosta, minimamente, de jogos de terror, esse aqui é, eu diria, extremamente gostoso de se jogar. As mecânicas são simples e não existem muitos recursos: apenas uma lanterna com baterias limitadas e talismãs de proteção que garantem um fôlego a mais em perseguições. É um jogo focado em história e suficientemente atmosférico para deixar qualquer um atento a todos os detalhes ao seu redor.
Espero que seja um exemplo a ser seguido pelos futuros jogos do gênero!

Scorn não é um jogo instintivo e ao mesmo tempo lança o jogador em um ambiente repleto de quebra-cabeças enigmáticos e com poucas informações. Trata-se de um simulador de caminhada em um nível um pouco mais complexo.

Não temos aqui a presença de elementos típicos de jogos de terror como jumpscares, perseguições, ou técnicas de fuga. Scorn baseia-se simploriamente em andar por um local devastado na tentativa de escapar ou encontrar alguma ajuda. Temos uma atmosfera incrível, completamente imersiva, com detalhes gráficos extremamente minuciosos e de bandeja ainda é entregue uma excelente otimização para PC. O intuito do jogo é imergir o jogador no ambiente, estimular nossa capacidade de compreensão a respeito dos puzzles e ainda trazer à tona uma sensação nostálgica dos cenários similares aos vistos na série de filmes Alien.

Para não se tornar repetitivo e enjoativo, o jogo inclui inimigos e armas, no intuito de quebrar a sensação de ser apenas mais um simulador de caminhada no mercado. Vale lembrar que munição e a recarga do item de cura são raros mas estão dentro do suficiente para não deixarmos qualquer inimigo para trás. Portanto, são recursos que devem ser usados com parcimônia.

Por fim, devo dizer que foi feito um ótimo trabalho, muito bem detalhado e extremamente bem ambientado. Reafirmo que este jogo não se enquadra como terror de sobrevivência, é apenas um título de terror atmosférico que cumpre muito bem o seu papel.

Ao meu ponto de vista, o valor cheio é mais do que justo pela experiência proporcionada ao jogador.

Meu Deus, isso deve ser dívida de jogo, porque só alguém ameaçando quebrar as suas pernas se você não pagar é que você vai e topa um trabalho desses.

(Isabela Boscov)

Estava aguardando esse jogo há alguns meses e mal podia esperar até o dia 28 de junho quando ele finalmente foi lançado. Devo dizer que capricharam muito no desenvolvimento e valeu a pena não só a espera como também o singelo valor pago em lançamento, e diga-se de passagem que tal valor estava muito abaixo dos concorrentes que por vezes entregam conteúdo muito inferior ao presente no Fobia - St. Dinfna Hotel.

Puzzle Simulator?

Caramba, meu Deus, é puzzle atrás de puzzle, puzzle DENTRO de outro puzzle e isso me deixou muito irritado durante a gameplay. São tantos quebra-cabeças e cofres com senhas no meio da história que é fácil se incomodar e ter enxaqueca pensando em como resolver tudo. Quando terminei o game ainda descobri que havia deixado 50% dos quebra-cabeças opcionais sem resolver.

E vale a pena?

Resumindo, temos um jogo bem elaborado, com elementos muito expressivos do survival horror, uma mecânica fluida e objetivos bem definidos. No entanto não há indicadores de objetivos, o que nos prende a ficar atentos aos diálogos para entender qual deverá ser o nosso próximo passo.
A história é simples, com um certo plot twist no final, mas que tirando isso, na maioria do tempo se mostra não ser tão cativante quanto esperado. Finalizei o jogo sem entender 100% do enredo e sinceramente não tenho disposição para jogar ele outra vez afim de encontrar as respostas das lacunas que durante minha jogatina ficaram em branco.
Existe uma variedade extremamente pequena de inimigos e chefes, mas que rendem alguns sustos as vezes.
Por fim, considero um ótimo jogo, desenvolvido em território nacional e vale a pena para os amantes do gênero. Não se equipara com os mais recentes Resident Evil, por exemplo, em questão de armas, cenário e história, mas que de forma alguma prejudica a experiência oferecida pelo game.

A mecânica de Hallowseed consiste basicamente na exploração dos ambientes em busca de chaves e documentos. É o tipo de jogo que você entra numa casa, vai até um corredor, segue até o final dele e encontra uma porta fechada, então você volta a entrada e percebe que a porta pela qual você entrou agora se encontra trancada também, e com isso você ouve o barulho da porta do final do ambiente se abrindo. Lá você entra em uma sala e encontra a chave para abrir novamente a porta pela qual você veio. Imagine isso se repetindo pelo jogo inteiro. Existem poucos momentos em que você é obrigado a fugir de inimigos e o jogo conta apenas com uma casa, uma floresta muito pequena e fácil de decorar os caminhos, e uma mina abandonada com um caminho praticamente linear com quase nenhuma ramificação. Este jogo foi criado por uma pequena equipe e o resultado foi agradável, com gráficos muito bons e ambientação excelente. Nos conta a história de um grupo de amigos que acampa perto de uma cidade fantasma com uma história macabra, mostrando o caminho que o protagonista percorre enquanto tenta sobreviver à perseguição de um demônio adorado pelos antigos residentes. Em suma, pode ser zerado em menos de duas horas e podemos levar o título do jogo como base para a experiência que ele proporciona: uma história de terror.

O terceiro capítulo de Doorways é algo extraordinário; todo o terror que se julgou ausente nos dois primeiros capítulos entrou com tudo em The Underworld. Mas isso pode ser um problema. A aparição dos monstros durante o jogo pode se tornar um incômodo, talvez seja essa a proposta do capítulo já que os anteriores não demonstraram esse enredo perturbador. Ao fugir de um inimigo você mesmo indo na direção contrária ele acaba aparecendo em sua frente sem explicação lógica. O intuito do game é pesado sim, lembra clássicos como Slender e também uma pitada de Outlast. A trilha sonora é horripilante porém não satisfatória, sons foram colocados em locais onde podem afetar negativamente a atmosfera. Os cenários são o ponto forte: esgotos, hospitais abandonados e túneis com enigmas fazem do jogo algo muito mais profundo do que se espera. O título reserva a si a certeza de cumprir com o que promete ao jogador, excelente produção.

Este título composto pelos dois primeiros jogos da série marca o início de um suspense promissor. Apesar da atmosfera do game não ser tão pesada quanto se espera de um jogo de terror de alto nível, os cenários e quebra-cabeças fazem sua parte no que se refere à tensão proposta ao jogador, causando aquele velho e bom sentimento de medo. Mulheres gritando, escuridão, risos anônimos e sons perturbadores são outros fatores que contribuem fielmente ao propósito principal de ambos os capítulos. A iniciativa da novela é excelente e a produtora acertou em cheio no seu trabalho, considerando não ser um software muito bem optimizado, Doorways é uma aventura inesquecível e muito bem bolada, um título necessário aos amantes do gênero.

Missing não é um daqueles games que irão lhe prender com sua história fascinante ou algo assim, na verdade é um tanto complicado conseguir compreender exatamente o que se passa no enredo, mais labiríntico ainda é conseguir assimilar as pistas afim de descobrir senhas ou possíveis saídas das situações em que o personagem se encontra. O maior destaque do jogo fica na possibilidade que ele lhe dispõe para conseguir usar sua capacidade de percepção em busca de itens necessários (um tanto explícitos - em alguns casos mais implícitos) nos cenários. Apesar de ser ligeiramente curto, uma continuação é extremamente necessária, pois é inegável que o jogo seja envolvente.